Um ano após vexame, público recebe seleção brasileira entre vaias e “olé”

Pouco menos de um ano após o vexame da Copa do Mundo, a seleção brasileira voltou a jogar no país na vitória por 2 a 0 sobre o México, no primeiro amistoso preparatório para a Copa América. No reencontro, o público que foi ao estádio do Palmeiras foi mais distante do que a massa eufórica que ocupou as arquibancadas em 2014 e alternou-se entre vaias e “olé” ao time de Dunga.

O programa, é bom destacar, era bem menos atraente. A seleção brasileira renovada por Dunga não tinha Neymar, sua maior estrela, e enfrentava um time B do México. Mesmo assim, o estádio do Palmeiras recebeu bom público, devidamente fardado com o uniforme da seleção brasileira.

O primeiro contato não foi bom. Dunga, ao ser anunciado, foi vaiado pela torcida, assim como Elias, perseguido pela parte palmeirense das arquibancadas. A desconfiança do começo foi tão grande que o público ensaiou uma vaia aos 20 minutos. Pouco depois, Philippe Coutinho acalmou todo mundo com um belo gol para abrir o placar.

A torcida “padrão seleção” não apresentou o ânimo de um jogo de clube comum e só se gritava em esporádicos cantos de “eu sou brasileiro…”. Em cobranças de tiro de meta também havia alguma movimentação, com brasileiros disputando com mexicanos em gritos homofóbicos de “ôoo pu…” ou “ôoo, bi…”.

O 2 a 0 feito por Tardelli animou o público, que chegou a cantar “olé” no fim do primeiro tempo após uma boa jogada da equipe. E foi assim até o apito final. Uma sequência de passes pouco inspirada levantava algumas vaias. Outra de dribles e jogadas ousadas despertava os elogios.

No fim, a seleção pode comemorar que saiu ilesa. No primeiro jogo após o vexame da Copa, diante de um público paulista tradicionalmente crítico, venceu com qualidade e conseguiu sair de campo sem protestos mais contundentes. Nessa linha, até a CBF saiu ilesa.

Envolta em escândalos recentes de corrupção no futebol, a entidade foi ignorada por quase todo o público. Antes do jogo, a reportagem encontrou uma única manifestação. De maneira discreta, a torcedora Daniele Gonçalves cobriu o nome da entidade em sua camisa com uma fita isolante.

Com informações do UOL