INSS: revisão de benefícios vai custar R$ 20 bilhões ao governo

    O governo federal vai pagar o trabalho em jornada extra de peritos médicos do INSS que vão participar da força-tarefa que vai revisar os benefícios de auxílio-doença concedidos pelo órgão. O pente-fino, que pode ter uma duração de até dois anos, vai atender 2 milhões de beneficiados e custará R$ 20 bilhões (6% dos benefícios anuais pagos pelo instituto).

    As informações foram dadas ontem pelo secretário de Controle Interno do Ministério da Transparência e Controle-Geral da União (CGU), Francisco Bessa. Segundo ele, mesmo com o custo extra, o governo avalia que sairá no lucro, dada a possibilidade de cancelamento de um grande número de segurados que não precisam mais do auxílio.

    Numa auditoria recente, o Ministério da Transparência constatou indícios de irregularidades no pagamento de 45% das pessoas que recebem auxílios-doença. Segundo Bessa, na primeira etapa, 530 mil beneficiários vão passar pela perícia, que visa confirmar se eles estão incapacitados ao trabalho.

    Há milhares de casos de pessoas beneficiadas pelo programa que não têm situação revista há mais de dois anos. “Não é só a questão de cortar benefícios para fazer o ajuste fiscal, é preciso garantir que quem precisa do auxílio seja mantido e garantir que outras pessoas possam acessar o benefício de forma correta”, afirmou o secretário após participar de congresso sobre auditoria interna na cidade de São Paulo.