Líder da oposição, Florence diz que meta será derrotar Temer

A partir de 2017, um novo ciclo se inicia na bancada do PT no Congresso Nacional. Atual líder da bancada na Câmara, o baiano Afonso Florence vai deixar o posto para liderar apenas a minoria no Congresso. Em conversa com o jornal Tribuna, Florence falou sobre a mudança, que se inicia a partir do dia 17, quando seu nome será colocado para os outros parlamentares. Atualmente ele já exerce a função, simultaneamente, mas vai passar a se dedicar apenas ao grupo de oposição.“Na verdade eu já assumi [liderança da oposição]. Eu era líder do PT na Câmara, entreguei a liderança. Mas desde o golpe eu venho sendo presidente da minoria também. No dia 17 tem uma reunião da bancada, dos partidos, na qual o meu nome vai ser colocado e deve se decidir um novo período na liderança. Estava acumulando o PT e a minoria, mas por todo esse momento a liderança do partido chamava mais atenção, agora vamos ficar apenas na minoria. A minoria no Congresso são as comissões mistas, comissão das medidas provisórias, comissão mista do orçamento e comissões especiais. Agora eu não falo mais pelo PT, eu falo pela minoria do Congresso”, explicou Florence.

Segundo o petista, sua principal meta este ano será “derrotar o governo Temer”. Florence afirma que o momento no Congresso inspira cuidado e lembra que apenas os próprios parlamentares podem resolver a situação e apagar a imagem de sujeira deixada durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Ele alerta ainda para as reformas de Michel Temer, que querem “tirar os direitos da população. “Eu vejo com muito cuidado, o Congresso precisa assumir posições importantes, parece que todos os problemas da política brasileira se resumem ao Congresso, mas não é. Sabemos que a maioria do congresso aprovou um impeachment contra a presidente Dilma sem crime de responsabilidade e agora esse quer tirar direitos do povo brasileiro, trabalhista, previdenciário, isso é grave. Precisamos zelar pelo Congresso, e para os parlamentares zelar é não votar essas medidas impopulares”, disse ele.

“Primeiro nós queremos derrotar o governo Temer e o processo dele de retirar os direitos do povo brasileiro. A reforma da previdência, trabalhista, retira direitos. A reforma política não pode ser como foi aceita e liderada por Eduardo Cunha para preservar direitos de políticos. Tem que ser uma reforma para a democracia, o desejo do eleitor. Minha meta é derrotar essa reforma trabalhista”, continuou.