Odebrecht cometia fraude no exterior para pagar propina

    Depoimentos de executivos da Odebrecht revelaram que a empreiteira montou um esquema de fraudes em contatos do exterior, chamado de setor de ‘geração’, para abastecer ‘operações estruturadas’, áreas de pagamento ilícito dentro e fora do país.

    De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, mais de 90% dos recursos que eram destinados a esse departamento de propina eram produzidos por meio de um modelo de financeiro ligado às obras realizadas em outros países. Com a estratégia, a empreiteira evitava a operacionalização e o rastreamento dos recursos desviados de contratos celebrados com órgãos públicos no Brasil.

    O esquema foi detalhado por três executivos da empresa: o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht, o ex-funcionário do Setor de Operações Estruturadas Fernando Migliaccio e Hilberto Mascarenhas.

    No esquema descrito pelos delatores, esse departamento de ‘geração’ realizava contratos falsos com prestadoras de serviços do exterior em que reduzia  margem de lucro e impostos a serem pagos. Assim, criava um excedente de verba que era desviadas para o pagamento de propinas no Brasil.