Chuva não atenua crise hídrica na Região Metropolitana

As chuvas que atingiram Salvador e Região Metropolitana nos últimos dias não alteraram os níveis das barragens que abastecem a capital baiana e municípios da região. A barragem de Pedra do Cavalo, responsável por cerca de 60% do abastecimento de Salvador, está com 62,88% da capacidade total. O restante do sistema é abastecido pelas barragens de Joanes I (com 85,18% da capacidade total), Joanes II (36,63%), com menor contribuição de Ipitanga I (41,81%) e Ipitanga II (30,91%). Salvador conta, ainda, com a barragem de Santa Helena que, no ponto de captação atual, no rio Jacumirim, tem 59,96% da capacidade total. Esse reservatório reverte água para Joanes II.

“As chuvas não estão caindo nas áreas necessárias. Para recarregar os mananciais que abastecem Salvador e parte da RMS, é preciso que chova na bacia do Recôncavo norte,  região de Camaçari, Mata de São João e Dias D’Ávila”, explicou o presidente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), Rogério Cedraz.

Quando considerado o volume útil, calculado entre o nível máximo e o de captação, os reservatórios apresentam os seguintes percentuais de armazenamento: Pedra do Cavalo (22,85%), Joanes I (68%), Joanes II (8,08%), Ipitanga I (20,09%), Ipitanga II (30,62%) e Santa Helena (10,65%).

Segundo o gestor, para aumentar o volume armazenado de Joanes II, a Embasa adquiriu equipamentos para fazer a reversão do lago de Santa Helena para o rio Jacumirim, que abastece a barragem. Foram investidos R$ 2,5 milhões no sistema de bombeamento, que entrou em operação em março e possibilitou o acréscimo de quatro mil litros por segundo (l/s) no volume.  

Novas obras

A Embasa já lançou edital de licitação da obra da primeira etapa da primeira etapa da ampliação da captação na barragem de Santa Helena, com recursos orçados em R$168 milhões. Essa obra prevê a implantação de uma adutora de água bruta com extensão de 10,7 km, em paralelo às duas adutoras já existentes, além da instalação de cinco equipamentos de bombeamento novos na estação elevatória de água bruta existente e de melhorias em sua infraestrutura.

A ampliação do sistema de transposição das águas de Santa Helena para a barragem de Joanes II tem previsão de elevar a produção de água em volume equivalente a 50% da atual demanda do sistema. Em suas quatro fases, o empreendimento prevê investimento total estimado de R$ 890 milhões, com projeto em elaboração para posterior captação de recursos.