Candeias: Reunião discute escoamento ilegal de combustíveis

A situação das pessoas que retiram combustível dos caminhões que trafegam pelas BA-522 e 523 foi discutida na manhã desta segunda-feira (3), em uma reunião entre a Prefeitura de Candeias, Secretarias Municipais, Polícias Militar e Rodoviária Estadual e representantes das empresas de transporte de combustível do município (Moscato, Transpedrosa, Gameleira e TransBahia). Na pauta, foram apresentadas algumas ações para combater a prática que ocorre há quase três anos do município.

De acordo com as empresas de transporte de combustível, a prática tem trazido prejuízo aos caminhões por conta da prática como atraso na descarga e desconfiança quanto a qualidade do produto, perda de equipamentos como válvula cadeado, grades de proteção para barrar a tentativa de retirada do produto.

“A preocupação com os lacres o individuo ao romper o lacre colocado no embarcador, causa um problema para a transportadora que ao chegar no ponto de descarga não tem como explicar porque o lacre foi rompido. Isto causa todo um problema indesejável de atraso para a descarga e desconfiança quanto a qualidade do produto. Estamos colocando uma proteção na saída do produto, tentando dificultar o acesso”, explicou o representante da TransBahia, Alberto Souza, em entrevista ao programa Baiana Livre.

A retirada de combustível é feita diariamente, por pessoas que se aproveitam, na maioria das vezes, dos horários de pico, nas imediações do bairro Nova Candeias, Caroba, Urbis I e no Anel Viário quando os caminhões-tanque passam com velocidade reduzida. Com risco de atropelamento e de serem presos por comercialização ilegal de combustível, muitos deles arriscam a própria vida para garantir o sustento da família.

Segundo o comandante da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (10ª CIPM), major Paulo Cesar Nunes, o município precisa dividir tarefas e unir os órgãos para impedir a prática. “Delimitando a questão problema, temos de buscar no âmbito de competência de cada órgão, setor o que cada um deve fazer, naquilo que é cabível, no que é pertinente para que todos possam atuar de forma harmônica e chegar a um resultado comum”, ressaltou o major.

O prefeito de Candeias, Pitágoras Ibiapina (PP), disse durante a entrevista que o objetivo da reunião é estabelecer políticas de combate ao furto de combustíveis. Ainda de acordo com Pitágoras, a prática ilegal trata-se de um problema de saúde pública, além de classificar como uma questão social.

“É um problema social que nem a prefeitura e a sociedade podem fechar os olhos para um problema tão grande quanto esse. É uma situação que vai muito mais além da questão dos problemas sociais, até porque muitas pessoas estão nessa vida porque elas não têm emprego. Nós também não podemos fechar os olhos porque se trata de um problema de saúde pública, onde várias pessoas ficam expostas a produtos corrosivos, produtos que prejudicam a saúde, causando diversas doenças para o ser humano. Além disso, podemos destacar o crime ambiental que vem dominando o nosso solo. Por conta disso, realizamos uma reunião com várias transportadoras da região para debater essa questão social”, disse o prefeito.

Novas reuniões foram agendadas para discutir ações de combate a prática ilegal de retirar e vender o combustível.