“Vai respingar com força na Câmara”, diz deputado sobre a relação entre Rodrigo Maia e Temer

    O deputado federal Luiz Carlos Caetano (PT), comentou em entrevista ao programa Baiana Livre desta segunda-feira (16), sobre a divulgação dos vídeos da delação do operador Lúcio Funaro. Divulgados no site da Câmara dos deputados na última sexta-feira (13), o depoimento de Funaro foi incluído à segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). De acordo com o deputado, os supostos “vazamentos” causaram um desconforto na relação do governo com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM).

    “Na última terça-feira (10), já teve um choque forte entre o presidente Michel Temer e o Rodrigo Maia, sendo que o Rodrigo chegou a encerrar a sessão porque a base governista não estava dando quórum para a votação das medidas provisórias (MPs) que ele queria que votasse lá. Ele se chateou e chegou a declarar publicamente que não colocaria em pauta mais nenhuma MP do governo. Nesse domingo (15), esquentou mais ainda com a declaração de Rodrigo dizendo que os advogados de Temer são incompetentes. Isso vai respingar com força na Câmara amanhã (17)”, comentou.

    Caetano também voltou a defender a votação aberta sobre um possível retorno do tucano Aécio Neves (PSDB), afastado no dia 22 de maio. “Tanto o governo quanto uma ala do PSDB estão articulando e trabalhando para que a votação seja secreta. Por outro lado, a sociedade toda está se manifestando, boa parte da mídia também está se manifestando e boa parte dos senadores também estão se manifestando para que a votação seja aberta”, pontuou.

    Camaçari

    Na ocasião, o deputado também voltou a comentar sobre a gestão do município de Camaçari, situado na região metropolitana de Salvador. O parlamentar criticou modelo de gestão e a composição do secretariado do prefeito Elinaldo Araújo (DEM).

    “O modelo de gestão que se plantou em Camaçari, é igual o modelo de gestão que se plantou em Vitória da Conquista que é o modelo de gestão antiga do Democratas. Eles fizeram uma intervenção dentro do município. Eles colocaram 11 secretários que não tem vivência com a cidade.  É o mesmo modelo de Salvador,  com aumento de imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS)  e botou uma indústria de multas na cidade, onde botou um japonês que ninguém conhece e ai é multa para todo lado”, criticou.

    Empréstimo ao Governo da Bahia

    Durante a entrevista, o secretário também comentou sobre o empréstimo no valor de R$600 milhões do Banco do Brasil ao Governo do Estado da Bahia, liberado no dia 22 de agosto e autorizado pelo Governo Federal. Porém, a operação continua travada pelo agente financeiro. Conforme ele, a suspensão do empréstimo é motivada pela bancada do partido Democratas na Bahia, liderada pela bancada do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).

     “De forma mesquinha, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) junto com a bancada de deputados impediram que esse financiamento acontecesse. Quero falar que inclusive na semana passa fiz um requerimento solicitando a presença do presidente do Banco do Brasil na Câmara Federal para que ele justifique os motivos que esse financiamento não sai”, relatou Caetano.

    Região metropolitana

    Sobre a liberação de recursos para a região metropolitana de Salvador, Cateano declarou que várias emendas foram aplicadas por ele nos municípios da microrregião. Em destaque, o deputado relatou que existe em tramitação uma verba por meio de emenda parlamentar destinada ao município de Candeias, no valor de R$400 mil para serem aplicados na área da saúde municipal.

    “Tenho dividido para todos os municípios da região em que dou assistência. Já mandei uma emenda de 400 mil para Candeias, mais precisamente para o Hospital Ouro Negro, onde já está empenhada e está em restos a pagar. Agora está dependendo de alguns relatórios que a prefeitura ficou de concluir para entregar no ministério para que o recurso seja liberado. Coloquei emenda em Camaçari, Dias d’Ávila, Simões Filho e diversas emendas foram enviadas colocadas para a região”, disse.