Decisão da justiça obriga circulação de 50% da frota em caso de greve

     Uma decisão da Justiça do Trabalho determinou a circulação de 50% da frota nos horários de pico, entre 5h e 8h e entre 17h e 20h, e 30% no fluxo normal. A liminar, concedida pelo desembargador Renato Mário Simões, determinou também o pagamento de multa diária no valor de R$10 mil em caso de descumprimento da decisão.

    “É certo que já estamos adotando medidas paliativas. A Prefeitura ingressou com uma medida na Justiça do Trabalho, que já autorizou que 50% da frota circule em horários de pico e 30% nos horários de menor demanda no dia de amanhã na cidade, como diz a lei. Para este plano de contingência, estamos mobilizando vans, micro-ônibus e vendo até na região metropolitana veículos que possam reforçar o transporte da cidade”, pontuou, em nota, o prefeito ACM Neto.

    Em entrevista a TV Bahia, representantes do sindicato dos Rodoviários informou que caso sejam obrigados a acatar a decisão judicial, rodarão em Salvador, nesta quarta, sem cobrar a passagem.

    A reunião entre os rodoviários de Salvador e representantes das empresas de ônibus, realizada na manhã de hoje (22), na Superintendência Regional do Trabalho terminou sem acordo. Uma assembleia será realizada entre a categoria à tarde para definir os rumos do movimento grevista que pode ser iniciado a partir da 0h desta quarta-feira (23).

    Os rodoviários chegaram a pedir aumento salarial de 3%. Inicialmente, o pedido de aumento era de 6% salarial e 10% no tíquete. Durante as mediações, as propostas chegaram a 5% de reajuste salarial e 8% do tíquete, mas a proposta não foi aceita pelos empresários. Os empresários alegam que não têm como conceder os reajustes, e não ofereceram contraproposta.  Com a greve, cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas devem ser afetadas.

    O plano de contingência para minimizar os efeitos da greve dos rodoviários, programada para acontecer a partir desta quarta-feira (23), deverão ser anunciados pela Prefeitura.

    Aumento da tarifa

    Nas conversas, duas propostas apresentadas pelos empresários já foram rejeitadas: um novo aumento da tarifa de ônibus e a supressão de 70 linhas, o que poderia significar quase a retirada de mais de 200 ônibus de circulação. Segundo Neto, os termos da concessão assinado em 2014 estão sendo reavaliados pelo Ministério Público e com o Tribunal de Contas da União. “São iniciativas rejeitadas porque afetam diretamente o dia a dia das pessoas, e que resultam em um prejuízo no serviço do acesso do cidadão ao transporte público da cidade”, declarou ACM Neto.