Léo Prates defende eficácia da vacina russa, mas evita críticas à Anvisa

O secretário municipal de Saúde, Leo Prates, comentou nesta quarta-feira (28) a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que negou a importação da vacina russa Sputnik V. Em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, o titular da pasta ressaltou a competência técnica da Anvisa, mas disse que o órgão poderia ter votado o pedido antes. Para ele, a segurança do imunizante se justifica pelo fato de que a Rússia o usou para vacinar o próprio Exército.

“Eu acho que a Anvisa tem grandes técnicos, mas o que eu concordo em parte com o que o governador Rui Costa e o secretário [estadual de Saúde] Fábio Vilas Boas têm dito é a negativa tardia. Essa negativa poderia ter vindo há um tempo, o Fundo Russo [de Investimento Direto], junto com os governadores, iriam facilitar, possibilitariam a defesa com a documentação. A coisa mais importante que a Rússia tem em sua cultura, no seu Estado, é o Exército. O próprio Exército russo foi vacinado com a Sputnik. Eu não duvido que ela seja segura, mas não critico a Anvisa em relação a essa decisão. Minha crítica é em relação à falta de celeridade”, disse.

Prates falou sobre o cenário da vacinação na capital baiana, com previsão de fim do estoque de doses da Coronavac nesta quinta (29) e nenhuma perspectiva quanto à chegada de novas unidades do imunizante. Segundo ele, o atraso na vacinação também causa impactos nas contas do município. “A vacinação tem deixado muito a desejar e tem sido muito dura com os municípios. O grande custo, apesar da coisa mais importante ser as doses de vacina, é de pessoal, de insumos, seringas, agulhas, ultrafreezers. Estamos pagando horas extras, o prefeito determinou outro Reda. O atraso da vacinação nos prejudica no cuidado da vida das pessoas e no impacto financeiro pesado. A secretária [da Fazenda] Giovanna Victer está muito preocupada com esse custo da Saúde, que vai se estendendo. Uma vacinação que em média poderia durar seis meses vai durar, na melhor das hipóteses, o ano inteiro”, pontuou.

O secretário ainda afirmou que a pandemia de Covid-19 está “sob controle” na capital, com menores índices de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva e queda no fator Rt, que indica a transmissibilidade do vírus. Ele ressaltou, no entanto, que a pandemia não acabou. “A gente sofreu a segunda onda porque parte da população decretou que a pandemia tinha acabado”, afirmou.

Metropole