As seis vezes que Bruno Reis causou polêmica como prefeito de Salvador

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), há 10 meses no cargo, acumula algumas polêmicas como gestor da primeira capital do Brasil. O BNews elencou seis delas, que incluem declarações e atos do chefe do Executivo Municipal que provocaram algum tipo de “rebuliço” entre a população e a imprensa.

Confira as seis vezes que o prefeito de Salvador causou polêmica:

1) Pior vacina
No dia 28 de junho, o prefeito afirmou que pretende tomar a vacina que as pessoas mais rejeitam, sem citar qual seria. “Amanhã eu vou tomar, se chegar, a pior vacina que estiver disponível. Não sei quais terão disponibilidade amanhã, mas vou tomar a que, às vezes, as pessoas resistem, para dar o exemplo. Aguardei a minha vez. Esperei chegar. E vou tomar qualquer vacina que estiver disponível para justamente mostrar que o importante não é escolher a vacina, é se vacinar”, disse.

A declaração viralizou por causa da forma que o gestor falou ao citar “pior vacina”, em meio à desconfiança da população com outras marcas do imunizante. O pesquisador Rafael Dhália, em entrevista ao Consultório do Rádio Livre, no mesmo período da declaração de Bruno, explicou que todos os imunizantes são seguros e eficazes. “Não existe vacina melhor ou pior. É muito cedo para avaliar qual a melhor vacina e todas elas têm características pró e contra. O momento é de tomar a primeira vacina que aparecer”, destacou.

2) Cultura do povo no transporte
Reis disse nesta sexta-feira (15) que o passageiro de Salvador precisa mudar sua cultura em relação ao transbordo. Durante inauguração de nova sede da Sempre, ele foi questionado sobre a situação do transporte público na capital baiana e falou um pouco sobre o assunto. “O passageiro vai precisar mudar a cultura e entender que vai precisar fazer o transbordo. Ele vai pegar o ônibus para a estação mais próxima do metrô, BRT e monotrilho e, de lá, se deslocar para o local mais próximo do seu destino. E, em seguida, pegar um ônibus complementar”, afirmou.

3) Protocolos de esporte
O prefeito disse pela manhã do dia 17 de setembro de 2021 que tinha protocolos para eventos esportivos. Foi perguntado por um jornalista sobre detalhes do plano, e mesmo assim manteve o mesmo tom, sem citar que não se tratava de todos os esportes. A imprensa embarcou na fala do gestor, deu foco no futebol por ser o esporte mais popular do Brasil e à noite a Secretaria de Comunicação precisou enviar uma “nota de esclarecimento” afirmando que não havia planejamento para o futebol na época.

4) Evento-teste
A polêmica do evento-tente começou antes mesmo de acontecer, no dia 27 de agosto, e rendeu ainda mais no pós. Tudo começou quando Bruno Reis revelou em coletiva realizada no dia 21 de junho que a prefeitura estava organizando um evento-teste para o próximo mês de julho, tendo em vista a retomada da realização de festa e outras cerimônias na capital baiana. No mesmo dia, após grande repercussão negativa, a prefeitura voltou atrás e afirmou que “só deverá acontecer quando o cenário da Covid-19 na cidade permitir”.

Em agosto, o evento foi marcado pela chuva e pouca presença dos convidados, o que levantou a dúvida sobre a efetividade do teste. Bruno Reis, em setembro, disse que não faria mais eventos-teste na capital baiana. “Ele [evento-teste] permitiu uma série de protocolos. O que não conseguimos resultado, recolhemos de outros locais. Concluímos os protocolos e publicamos na segunda passada. Choveu muito, era em ambiente aberto. Dos 222 presentes, nenhum foi identificado com Covid”, disse, antes de concluir: “não há mais necessidade de evento-teste”.

5) Prédio da UFBA
O decreto assinado pelo prefeito de revogação do Tombamento da Casa Burguesa da Vitória, residência Universitária Masculina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Corredor da Vitória, teve que ser desfeito dias depois, “por entender que, como o imóvel trata-se de um patrimônio federal, a decisão sobre esta iniciativa cabe à União”.

A prefeitura alegou que o ato caberia ao presidente Jair Bolsonaro e não ao chefe do Executivo de Salvador.

6) Previsão de festas
Quase toda coletiva do prefeito existe um assunto que permeia entre as perguntas e respostas: previsão de festas. Defensor da realização do Carnaval e Réveillon, se continuar a queda dos números da pandemia na cidade, Bruno Reis tem feito a cada encontro com a imprensa uma previsão para definir a realização dos eventos. Nesta sexta (15), ele disse que pretende decidir sobre a realização do Carnaval até o fim deste ano. O gestor disse que não pode demorar mais para bater o martelo, pois caso contrário “não dá tempo de organizar” eventos como a folia momesca e o Festival da Virada no fim de ano.

“Em junho, tínhamos a expectativa, após tantos festejos, de elevação dos casos, o que não ocorreu. Em setembro, outubro, o temor da variante delta, que não impactou no sistema. Em outubro já nos permite tomar decisões, temos um cenário onde teremos resposta para uma pergunta. Com a população imunizada, vamos poder voltar à vida que tínhamos antes? Tirar máscaras, aglomerar, comemorar, celebrar? Se sim, vai permitir ter todos os eventos: Réveillon, festa de largo, Lavagem do Bonfim e Carnaval”, explicou.

A visão de Bruno é diferente da do governador Rui Costa. O chefe do Executivo estadual comentou, durante coletiva no dia 24 de agosto, que acha prematuro ter a conversa sobre Carnaval em Salvador, principalmente porque ainda há pacientes internados nas UTIs do estado com Covid-19. “Eu só vejo todo mundo perguntando quando vai ter Carnaval, quando vai ter festa. Eu confesso que eu fico, às vezes, me perguntando: “Em que mundo eu estou?”. Porque eu, inclusive, gostaria de ver uma pressão da mídia, da imprensa, falando o seguinte: ‘quando os municípios vão voltar às aulas, no Brasil? Quando as Universidades vão voltar às aulas ou fazer pesquisa?’”, questionou o governador.