Cid Gomes diz que pediu demissão para não constranger base aliada

O ex-ministro da Educação Cid Gomes disse que pediu demissão em “caráter irrevogável” à presidente Dilma Rousseff porque não queria criar constrangimento à base aliada do governo. “A minha declaração, e mais do que ela, a forma como eu coloquei minha posição na Câmara, cria dificuldades para a base do governo. Portanto, não quis criar nenhum constrangimento. Pedi demissão em caráter irrevogável, agradecendo a ela [Dilma]”, afirmou em entrevista.

Cid apresentou ao pedido da demissão à Dilma em uma rápida reunião no Palácio do Planalto. Ele encontrou a presidenta após sair da Câmara dos Deputados, onde esteve nessa quarta (18) para responder a questionamentos sobre declaração feita por ele de que há, no Congresso Nacional, “400 ou 300 achacadores”, que se aproveitam da fraqueza do governo para levar vantagens. Cid Gomes disse que essa não é sua “opinião pública” e que a declaração foi feita em encontro com estudantes, dentro da sala do reitor, após ser questionado por eles sobre a falta de dinheiro para a educação. Líderes partidários da base governista e da oposição criticaram duramente as declarações e a postura do ministro Cid Gomes no plenário da Câmara e pediram a saída dele do cargo. A afirmação foi feita em Belém, no dia 27 de fevereiro, durante uma visita à Universidade Federal do Pará, quando Cid Gomes reuniu-se com professores e reitores de universidades federais.

Aos deputados, Cid disse que a declaração é uma opinião pessoal e que a mantém. “A situação em que eu me encontrei, sendo convocado pela Câmara para questionar a especulação que eu tinha feito em reservado […]. Eu não podia agir diferente, senão confirmar aquilo que disse, que penso pessoalmente”, declarou, ao sair do palácio.

Com informações da Agência Brasil/Foto: Fábio Rodrigues- Agência Brasil