Alckmin apoia Aécio à frente do PSDB

No momento em que enfrenta sua primeira crise interna no PSDB depois de dois anos comandando o partido sem contestações, o senador Aécio Neves recebeu no domingo, 31, o apoio público do governador Geraldo Alckmin para renovar seu mandato na presidência da sigla até 2017.

Eventual rival de Aécio na disputa pela indicação do PSDB para a disputa presidencial de 2018, Alckmin disse que apoia o mineiro e que sua recondução “é o caminho natural”. A declaração foi feita durante a convenção municipal tucana e acontece depois de os tucanos paulistas fecharem com o senador um acordo pela ampliação da presença de nomes de confiança do governador na direção executiva do PSDB, que será renovada em julho.

Um dos escolhidos por Alckmin para representá-lo na cúpula partidária é o deputado Silvio Torres, que será secretário-geral do partido. Presidente do PSDB paulista e secretário de Logística e Transporte do governo, Duarte Nogueira também deve ocupar uma vaga estratégica na direção. E o ex-deputado José Aníbal é o mais cotado para comandar o Instituto Teotônio Vilela, ligado à legenda.

Críticas

Nas últimas semanas, Aécio tem enfrentado sua pior crise interna desde que assumiu o comando do PSDB, em maio de 2013, aclamado até por antigos desafetos como José Serra e o próprio Alckmin. O desgaste acontece em várias frentes. O sinal mais evidente foi a votação do projeto de reforma política no plenário da Câmara dos Deputados na semana passada.

O senador determinou que o partido deveria votar contra o “distritão”, sistema pelo qual são eleitos os candidatos mais votados em cada Estado ou município, sem levar em conta os votos para o partido ou coligação. Líder da bancada do partido na Casa, o deputado Carlos Sampaio (SP) decidiu liberar o voto. Resultado: dos 53 deputados tucanos, 49 compareceram. Destes, 21 votaram contra e 28, a favor.

Outra fonte de desgaste para Aécio foi a campanha feita por grupos anti-Dilma que defendem o impeachment da presidente e marcharam de São Paulo até Brasília em nome da causa. Com a mudança de estratégia do senador – que optou por uma ação penal contra Dilma Rousseff, em vez do impedimento -, os ativistas passaram a hostilizá-lo nas redes sociais e em vídeos postados no YouTube, em que ele é chamado de “traidor”. No dia de protocolar o documento na Câmara, Aécio preferiu não comparecer.

Com informações do ESTADÃO