Municípios baianos mantêm apenas serviços essenciais, afirma Maria Quitéria

A crise econômica que atinge o País tem causado impacto na receita de grandes e pequenos municípios baianos, levando alguns gestores a adotar medidas extremas, como a paralisação de investimentos, mantendo apenas serviços essenciais à população, com sinalização de demissões. Para tentar reduzir o problema da falta de recursos, algumas prefeituras estão reduzindo salários de todos os cargos comissionados. Segundo a presidente da União das Prefeituras da Bahia (UPB), Maria Quitéria, a maioria das prefeituras do Estado está em situação de falência, com dificuldades até mesmo para pagar a folha. A informação é confirmada pelo segundo-secretário da entidade, Miguel Rocha, prefeito de Coribe, no oeste da Bahia. “Não há exagero em afirmar que 90% das prefeituras na Bahia estão conseguindo apenas pagar a folha”, afirma.

A situação é ainda pior para os municípios que, sem receita própria, dependem exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios. Ainda de acordo com a UPB, no Estado, cerca de 70% dos municípios se encaixam nesta condição. Com a retração da economia, o valor também se retrai, provocando crise. Além disso, os prefeitos reclamam que as receitas não sobem na mesma proporção que as despesas, e não acompanham, por exemplo, o reajuste do salário mínimo, a base dos salários. Para completar, obras municipais, custeadas com recursos da União, estão paralisadas por falta de repasses.

O prefeito Joaquim Mendes Júnior, de Caatiba, no médio sudeste baiano, com 11 mil habitantes, afirma que a situação está séria e tende a piorar em 2016, porque a cidade sofrerá um corte de R$ 250 mil no Fundo de Participação dos Municípios, o que inviabilizará a gestão. Ele também recorreu à redução de 20% no próprio salário e dos funcionários de cargos comissionados. “Estamos arcando apenas com o que é essencial à população. Ano que vem, com o corte no FPM e o aumento do salário mínimo, vamos ter de demitir, não temos outro recurso”, afirmou. Segundo o prefeito, várias outras cidades na região enfrentam as mesmas dificuldades.

Com informações do Estadão