Sesab emite alerta de suspeita de mialgia epidêmica

    A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) emitiu nesta sexta-feira (16), um alerta para as unidades de saúde de Salvador, gerado em decorrência dos casos de suspeita de uma variante de mialgia epidêmica.

    No registro de atendimentos e internamentos divulgados pela Sesab, nos dias 2 e 10 de dezembro, nove casos com a suspeita da doença deram entrada em uma unidade hospitalar de Salvador com sintomas semelhantes de fortes dores em região cervical, região do trapézio, seguido por dores musculares intensas nos braços, dorso, coxas e panturrilhas.

    Ainda segundo a Sesab, todos os pacientes apresentaram elevações significativas das enzimas musculares, sem febre, artralgia ou cefaleia, e de acordo a Secretaria, há indícios de que a transmissão ocorra através do contato ou gotículas.

    Transmissão incerta

    Os médicos ainda não identificaram a enfermidade, mas suspeitam que seja um vírus transmitido por via respiratória ou uma toxina ingerida após consumo de peixe.

    Para o infectologista Antônio Bandeira, a suspeita de consumo de peixe está sendo levantada: “Existem duas linhas de investigação. Uma é a questão de ser um vírus, a outra possibilidade que estamos abrindo nas últimas 24 horas é que todos (pacientes) tiveram exposição recente a peixe”, disse.

    Ele acrescenta que “a gente sabe que existe uma síndrome muito parecida a essa, que tem sido descrita no Amazonas após exposição a peixe de água doce. Só que nossos pacientes comeram peixe de água salgada”, explicou o infectologista.

    De acordo com o especialista, os pacientes ingeriram os peixes Olho de Boi e Badejo. Há relatos que os alimentos foram comprados em Guarajuba, no Litoral Norte da Bahia. Apesar de serem peixes de água salgada, o infectologista não descarta que a doença foi provocada por essa toxina.

    Sintomas

    Mialgia epidêmica ou Doença de Bornholm, geralmente causado pelo vírus Echovirus, tem entre as características dores musculares, causada por uma infecção viral e afeta a parte superior do abdômen e do tórax inferior, e espasmódica, que desenvolve-se de forma repentina, agravando os movimentos e respiração profunda, resultando em falta de ar do paciente.

    Pode-se provocar também dor abdominal, febre, dor de cabeça, dor de garganta e dores musculares. Sendo transmitido por meio fecal-oral ou, menos comum, de pessoa-pessoa, por meio de gotículas ou objetos contaminados.

    Para prevenção, a Secretaria orienta: conhecimento da população as formas de transmissão, cuidados com a higiene dos objetos e lavagem das mãos e o indivíduo que tiver com suspeita de infecção não deve circular em ambientes públicos e fechados.