Dirceu repetiu esquema do mensalão na Petrobras, segundo investigação

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu “repetiu” na Petrobras o esquema do mensalão, segundo o Ministério Público Federal. Dirceu, que comandou a pasta no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi preso na manhã desta segunda-feira (3) em Brasília, onde cumpria prisão domiciliar por sua condenação no processo do mensalão.

“A responsabilidade do José Dirceu é evidentemente, aqui, como beneficiário, de maneira pessoal, não mais de maneira partidária, enriquecendo pessoalmente”, disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima.

Dirceu também é apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como “instituidor” do esquema de corrupção da Petrobras. Segundo o procurador, Dirceu era um dos agentes responsáveis “pela instituição do esquema da Petrobras ainda no tempo que Dirceu era ministro. Isso vem desde àquela época, passando pelas investigações, processo e condenação do mensalão, sempre com pagamentos para José Dirceu”.

O delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo afirmou que a empresa JD Consultoria, que pertencia ao ex-ministro, era uma “central de recebimento de pixulecos”, termo usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para se referir à propina que recolhia das empresas que tinham contratos com a Petrobras.

“Durante todo esse tempo de investigação, até hoje não há sequer comprovação de serviço prestado pela JD”, disse o delegado. Ao jornal “Folha de S.Paulo”, o advogado de José Dirceu, Roberto Podval, negou que ele tenha recebido propina.

Dirceu foi preso durante a 17ª fase da Operação Lava Jato. Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu e sócio dele na JD Consultoria também foi preso pela Polícia Federal. Condenado no processo do mensalão, por corrupção ativa, José Dirceu ficou 11 meses e 20 dias na cadeia.

Com informações do UOL