Ex-ministro Anderson Torres ficará preso em batalhão por segurança.

 

O Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, chegou no Brasil na manhã deste ultimo sábado (14) e foi preso pela Polícia Federal. O mandado de prisão foi expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Anderson Torres estava nos Estados Unidos quando a prisão foi decretada em 10 de janeiro e confirmada pelo plenário do STF. Ele saiu de Miami na noite de sexta-feira (13), ele usava máscara, boné e escoltado pela polícia local no aeroporto. Por meio das redes sociais, ele já havia informado que iria se apresentar de forma voluntária à Polícia Federal.

Os agentes da Polícia Federal foram ao encontro de Anderson Torres ainda no pátio do aeroporto de Brasília e efetuaram a prisão do ex-ministro de forma preventiva. Em nota divulgada, a PF informou que a investigação está sob sigilo e Torres está à disposição da Justiça.

Segundo informações apuradas pela repórter Gabriela Veras, da Band Brasília, Torres foi encaminhado para o Batalhão da Polícia Militar do Guará, onde passará por audiência de custódia, às 12h30, por videoconferência.

Torres já era o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal quando houve a invasão nas sedes dos poderes (Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto) e destruição de patrimônio, em 8 de janeiro. Ele é acusado de omissão e facilitação e deve continuar preso em um batalha da polícia de Brasília. Após ser detido ao desembarcar no Brasil, Torres passou por audiência de custódia.

Cronologia

Anderson Torres foi ministro de Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas com o fim do mandato, foi nomeado secretário de Segurança Pública do Distrito Federal pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).

Em 8 de janeiro, já responsável pela Segurança Pública do DF, Torres já ocupava o cargo quando houve o ataque terrorista e antidemocrático em Brasília. As tropas da Polícia local foram criticadas por não impedirem a destruição dos poderes. No mesmo dia da invasão aos poderes, Ibaneis exonerou Torres do cargo.

Por conta da postura dos agentes de segurança nos ataques à democracia brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal no Distrito Federal e nomeou Ricardo Cappelli para a pasta.

Em pronunciamento nas redes sociais, já na madrugada de 9 de janeiro, Torres informou que foi “surpreendido pelas cenas que aconteceram na Esplanada dos Ministérios”. ““Nesse sentido, lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos”, disse ele.

Também na madrugada de 9 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo de governador do Distrito Federal. O ministro deu como uma das justificativas da decisão a incapacidade do político em impedir em 8 de janeiro a ação de vândalos extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF.

Em 10 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido da Procuradoria Geral da União (PGR) e decretou a prisão de Anderson Torres, decisão que foi confirmada pelo plenário da corte brasileira.

Minuta

Após o decreto de prisão de Anderson Torres, a Polícia Federal cumpriu mandato de busca e apreensão na casa do ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública. No local, recolheram alguns documentos, entre eles uma minuta.

O teor do documento encontrado pela PF era para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mudar o resultado das eleições. A minuta estabelecia a criação da Comissão de Regularidade Eleitoral, que seria composta por oito membros do Ministério da Defesa, incluindo a Presidência, dois membros do Ministério Público Federal, dois membros da Polícia Federal, um membro do Senado, um membro da Câmara dos Deputados, um membro do Tribunal de Contas da União, um membro da Advocacia Geral da União e um membro da Controladoria Geral da União.

O texto também previa o decreto de estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, “com o objetivo de garantir a preservação ou o ponto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022”.

 

 

 

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