Facções criminosas: sinais com os dedos colocam pessoas em perigo na Bahia

Além dos gestos com as mãos, Muller recomenda que sinais estéticos, como cortes de cabelo e tinturas, também podem ser mal interpretados.

Foto: Redes Sociais

O aumento da violência ligada ao uso de gestos associados a facções criminosas tem chamado atenção da população na Bahia. Ao longo de 2024, alguns casos de pessoas que foram assassinadas ao usarem sinais ligados à facções criminosas vieram à tona nos noticiários.

O caso mais recente envolve os irmãos Daniel e Gustavo Natividade, músicos do bloco afro Malê Debalê, brutalmente mortos após posarem para uma foto fazendo o número 3, gesto vinculado a uma facção criminosa. Mesmo sem envolvimento com o crime, foram alvos de uma facção rival.

Os casos de violência relacionado a usos de gestos e símbolos não se prendem apenas ao estado da Bahia, em setembro deste ano, duas irmãs Rayane, de 25 anos, e Rithiely, de 28, resolveram tirar uma foto enquanto estavam em uma festa, fazendo um sinal com a mão que tem o significado de “eu te amo”, em libras. Mas, para a organização criminosa, da região de São José dos Quatro Marcos (MT), o gesto era atribuído a uma facção criminosa, as jovens foram torturadas e mortas pela facção rival, em Mato Grosso.

Esse cenário de insegurança exige cautela da população, como destacou o tenente-coronel Muller, subcomandante do Comando de Policiamento Regional Leste (CPR-L). Ele explicou que as facções utilizam símbolos para se identificar entre si e entre seus inimigos.

“Normalmente, elas fazem analogia à quantidade de letras da sigla que representa aquela facção. Se a sigla tem duas letras, o número 2 feito com os dedos indica pertencimento a essa facção, enquanto o número 3, à facção antagonista”, detalhou.

Diante dos recentes homicídios, Muller orientou, em entrevista ao Acorda Cidade, que as pessoas evitem usar gestos ou símbolos que possam ser confundidos com as facções criminosas, especialmente em redes sociais.