Ernesto Araújo nega que atraso de insumos seja reflexo de crise com a China

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, negou nesta quarta-feira (20) que os atrasos na importação de ingredientes e de vacinas contra a Covid-19 tenham motivação política e diplomáticas.

“Nós não identificamos nenhum problema de natureza política em relação ao fornecimento desses insumos provenientes da China. […] Nem nós do Itamaraty, aqui de Brasília, nem a nossa embaixada em Pequim, nem outras áreas do governo identificaram problemas de natureza política, diplomática”, afirmou Araújo.

“Não verificamos nenhum percalço neste sentido. Nossa análise, coincidente com o mencionado pelas pessoas que me precederam aqui, é de que realmente há uma demanda muito grande por esses insumos, evidentemente, nesse momento no mundo”, prosseguiu.

Segundo o G1, as declarações foram dadas aos membros da comissão externa criada pela Câmara dos Deputados para debater o enfrentamento à pandemia da Covid-19.

O Brasil tem enfrentado dificuldades para liberar uma carga de 2 milhões de doses da vacina de Oxford, produzida pelo governo da Índia em parceria com o instituto indiano Serum. Em paralelo a isso, laboratórios brasileiros estão parados aguardando que a China libere a exportação de dois tipos de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) produzido em solo chinês. O IFA é a matéria-prima para que as vacinas sejam processadas e produzidas no Brasil.

O atraso na entrega do insumo prejudica a produção da vacina de Oxford e da Coronavac. Na última terça-feira (19) a Fiocruz disse que a entrega da vacina vai atrasar, de fevereiro para março.

Crise com a China

O país asiático tem sido alvo de ataques frequentes de membros do governo Jair Bolsonaro, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e o próprio chanceler Ernesto Araújo.

Eduardo Bolsonaro já usou suas redes sociais para criticar duramente o país, além de culpar a China pela pandemia.

 

 

 

Foto: Reprodução

Fonte: BNews