São F. do Conde: Audiência pública discute venda da Refinaria Landulpho Alves

A situação da Refinaria Landulpho Alves foi discutida em uma audiência pública, realizada na tarde desta terça-feira (8), na Câmara Municipal de São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador. O encontro foi convocado após o anúncio da venda de 60% dos ativos da Relam pela Petrobras.

Na mesa de debates, participaram a analista do Dieese, Ana Georgina Dias, o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o vice-prefeito, Carlos Alberto Bispo, os vereadores do município e representantes do Sindipetro.

O debate apresentou os impactos que os municípios irão sofrer com a possível venda de ativos da empresa localizada em Mataripe, entre elas, queda da arrecadação e na geração de empregos, redução no investimento em ações sociais e ambientais. A audiência foi marcada pela presença de manifestantes que questionaram a falta de políticas públicas para diminuir o desemprego no município.

Na avaliação da supervisora técnica do Dieese, Ana Georgina Dias, a Petrobras vive uma política de “desinvestimento”, e que a venda pode trazer riscos para a geração de empregos e na qualidade da mão de obra. “O impacto infelizmente não é positivo. Ainda que essa venda mantenha a arrecadação, a grande preocupação é com a questão do emprego”, explicou a supervisora, em entrevista a Baiana FM.

Já a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ana Christina, defende que os municípios precisam entender como será a nova política econômica e que a venda pode trazer também outros questionamentos como o meio ambiente. “Estamos muitíssimos preocupados como deve estar todos os trabalhadores da Petrobras, todos os governos das cidades que diretamente serão impactados com essa venda, tentando entender e ao mesmo tempo, buscando informações e tentando participar desse processo de finalização e venda”, afirmou a secretária.

Do ponto de vista do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a sociedade precisa se mobilizar para evitar a privatização da empresa que pode prejudicar a economia do município. “Vivemos uma ameaça de privatização da empresa. Para evitar os malefícios, a sociedade tem que acordar, precisa articular com prefeito, vereadores e deputados para reverter essa proposta”, ressaltou Gabrielli.

Segundo Gabrielli, a Relam opera com 42% da sua capacidade. “O refino da Petrobras está reduzindo a utilização das refinarias. A Relam é uma das refinarias que teve a maior redução na sua utilização. A refinaria estava funcionando em 59% em 2017 e baixou para 42%”, reiterou.