Justiça suíça examina mais de 100 relações bancárias na investigação sobre a Fifa

A justiça da Suíça examina 104 relações bancárias na investigação sobre a corrupção na Fifa, uma operação “muito complexa” que será “longa”, afirmou o procurador-geral Michael Laubre. “Um total de 104 relações bancárias foram identificadas em um processo muito complexo”, disse Laubre, antes de destacar que a “investigação levará tempo”. A justiça suíça investiga eventuais atos de corrupção no processo de escolha das sedes da Copa do Mundo.

O procurador também afirmou que a justiça trabalha em seu ritmo, não no ritmo da Fifa. Laubre disse que cada relação bancária pode incluir várias contas, o que complica ainda mais a investigação. “Relação bancária” é algo entendido como quando um cliente ou empresa abre uma ou várias contas em uma entidade bancária.

Os bancos suíços identificaram 53 relações bancárias suspeitas às autoridades que investigam a possível lavagem de dinheiro dentro da Fifa, de acordo com Laubre. “Além das 104 relações bancárias já conhecidas pelas autoridades, os bancos denunciaram 53 relações bancárias suspeitas à Autoridade de Combate à Lavagem de Capitais da Suíça”, disse o procurador.

Laubre repetiu que não descarta ouvir o depoimento do presidente da Fifa, Joseph Blatter, assim como o do secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, em caso de necessidade para a investigação. “O mundo do futebol deve ser paciente, isto vai durar mais de 90 minutos”, destacou o procurador.

O Ministério Público da Suíça criou um grupo de trabalho específico para investigar este caso. A justiça suíça investiga os processos de escolha das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022, que foram vencidos por Rússia e Catar.

Este é um dos grandes processos que a Fifa investiga por suspeita de corrupção. Paralelamente, a justiça americana indiciou 14 dirigentes da Fifa e executivos de empresas de marketing relacionadas com a entidade, acusados de terem recebido 150 milhões de dólares em subornos nas últimas duas décadas.

Sete dirigentes da Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, permanecem detidos na Suíça, à espera de uma possível extradição aos Estados Unidos. As detenções aconteceram dois dias antes da eleição na Fifa, na qual o suíço Joseph Blatter, de 79 anos, foi reeleito para um quinto mandato. No entanto, quatro dias depois, o dirigente renunciou ao cargo.

Com informações do UOL